Rubens Jardim

A poesia é uma necessidade concreta de todo ser humano.

Meu Diário
27/05/2008 23h32
T.S.ELIOT: A PAIXÃO DO HOMEM PELA PALAVRA
T.S.Eliot nasceu nos EUA(1888) e morreu em Londres(1965). Poeta, crítico, ensaísta e dramaturgo, viveu a maior parte de sua vida na capital inglesa. E foi aí que trabalhou em banco, lecionou, tornou-se editor-assistente de Egoist --e criou a famosa revista de literatura e filosofia The Criterion. Em 1917, publica A Canção de Amor de John Alfred Prufrock. Mas o sucesso e o reconhecimento internacional só chegam com o lançamento de A Terra Devastada(1922), poemas que tiveram a intervenção crítico-criativa de Ezra Pound. Segundo o próprio Eliot, o rascunho caótico de A Terra Devastada saiu das mãos de Pound  em 1922, reduzido à metade --e em sua forma definitiva. Mais tarde, em 1927, Eliot naturaliza-se inglês e converte-se ao anglicanismo. Recebe o Prêmio Nobel de Literatura em 1948 pelo livro Four Quartets(1943). Com a palavra o poeta TS ELIOT:
"Já que falo de Pound, prefiro dizer logo que tenho uma dívida muito grande para com ele. Meus primeiros poemas ( aí incluídos Prufrock e outros publicados mais tarde) ficaram em minha gaveta de 1911 a 1915. E Pound  os publicou."
“Existem  poemas rúnicos e melopéias co m finalidades evidentes: evitar o mau-olhado, curar doenças ou propiciar demônios. A poesia foi usada primeiramente em rituais religiosos. É provável que as antigas epopéias tenham servido para transmitir a mensagem histórica antes de se transformarem em entretenimento. E a regularidade do verso resultava certamente muma excelente ajuda para a memorização.”
“Tempo haverá, tempo haverá para moldar um rosto com que enfrentar os rostos que encontrares...Tempo para ti e tempo para mim, e tempo ainda para uma centena de indecisões e uma centena de visões e revisões, antes do chá com torradas.”
“E valeria a pena, afinal, teria valido a pena, após os poentes, as ruas e os quintais polvilhados de rocio, após as novelas, as chávenas de chá, após o arrastar das saias no assoalho”
“Abril é o mais cruel dos meses, germina lilases para além da terra morta, mistura memória e desejo, aviva agônicas raízes com a chuva da primavera.”
“Filho do homem, não podes dizer, ou sequer estimas, porque apenas conheces um feixe de imagens fraturadas, batidas pelo sol, e as árvores mortas já não mais te abrigam, nem te consola o canto dos grilos.”
“Amigo, o sangue em meu coração se agita. A tremenda ousadia de um momento de entrega que um século de prudência jamais revogará. Por isso, e por isso apenas,
existimos.”
“Assim expira o mundo não como uma explosão, mas com um suspiro.”
“Se a palavra perdida se perdeu, se a palavra usada se gastou, se a palavra inaudita
e inexpressa, inexpressa e inaudita pemanece, então inexpressa a palavra ainda perdura, o inaudito Verbo, o Verbo sem palavra, o Verbo”
“O que poderia ter sido e o que foi convergem para um só fim, que é sempre presente. Ecoam passos na memória ao longo das galerias que não percorremos em direção à porta que jamais abrimos para o roseiral. Assim ecoam minhas palavras em tua lembrança.”
“Ser consciente é estar fora do tempo. Mas somente no tempo é que o momento no roseiral, o momento sob o caramanchão batido pela chuva, o momento na igreja cruzada pelos ventos ao cair da bruma, podem ser lembrados, envoltos em passado e futuro. Somente através do tempo é o tempo reconquistado.”
“Ou seja, que o fim precede o princípio, e que o fim e o princípio sempre estiveram lá antes do princípio e depois do fim. E tudo é sempre agora.”
“Para chegares ao que não sabes deves seguir por um caminho que é o caminho
da ignorância. Para possuires o que não possuis deves seguir pelo caminho do despojamento. Para chegares ao que não és deves cruzar pelo caminho em que não és. E o que não sabes é apenas o que sabes. E o que possuis é o que não possuis. E onde estás é onde não estás.”
“Não estás aqui para averiguar, ou te instruíres a ti próprio, ou satisfazer a curiosidade, ou redigir um informe. Aqui estás para te ajoelhares onde eficaz tem sido a oração.”
“Pois as palavras do ano findo só pertencem à linguagem do ano findo, e as palavras do ano próximo outra voz aguardam.”
“Acertemos nossos relógios pelos relógios das praças.”
“O que chamamos princípio é quase sempre o fim. E alcançar um fim é alcançar um princípio.”
“Cada frase e cada sentença são um fim e um princípio. Cada poema um epitáfio.”
 

Alguns links do Youtube com leituras de poemas de Eliot.
http://br.youtube.com/watch?v=3tqK5zQlCDQ
http://br.youtube.com/watch?v=A2khDhfwsoE&feature=related
http://br.youtube.com/watch?v=o-9gcauuboc&feature=related

Publicado por Rubens Jardim em 27/05/2008 às 23h32

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