Rubens Jardim

A poesia é uma necessidade concreta de todo ser humano.

Meu Diário
16/03/2019 19h44
SINTO QUE SOZINHO AS COISAS NÃO ANDAM....

NÃO FUI FEITO PRA VIVER SOZINHO -- Vivi sempre um uma família muito grande e muito presente.E desde a infância isso significou troca, diferença,conflito --e amor. Mas não havia essa desistência tão rápida e esses conflitos não chegavam a abalar os alicerces do afeto. Lembro de um fato que durou algum tempo, talvez um ano: minha mãe e meu tio Dirceu. Superada a questão, a vida voltava aos trilhos. Hoje, esse comportamento é impossível. Todos se acham donos da verdade.Só que ninguém pensa: a verdade existe? É por essas e outras que tenho uma fé inquebrantável no amor. Nunca me senti um intruso em minha família. Meus pais nunca foram limitadores ou impedidores da minha vida. Pelo contrário, eles dialogavam comigo e me aceitavam. Como aceitavam meu irmão e minha irmã, todos geminianos --mas com caracter´sticas comportamentais bastante diferentes.E eu sou isso aí: uma pessoa que não sabe viver sozinha. Saí desse universo de um bando de gente querida pra casar com a mulher amada.Vivemos mais de dez anos juntos, felizes. Aí veio o destino e fez de mim o que quis.Mas como tenho sorte --e sou protegdo pelos anjos rilkeanos--embarquei nesse novo amor. Hoje, temos um filho comum que já está com 32 anos.Pois é: continuo amando essa mulher que me proporcionou os momentos de maior cumplicidade, de maior alegria, de maior celebração da vida.E só posso dizer que quando ela está longe de mim, me sinto precarizado.Não sou um macho típico que fica feliz com a ausência da mulher. Tempo de liberdade, sem restrições. Posso fazer o que quiser: jogar, beber com amigos--e até dar uma puladinha de cerca...Mas nada disso me seduz ou encanta.  Aliás, nem sei se sou um macho. O que eu sei é que ela está longe de mim. E eu sinto uma falta enorme dela.Daí a razão desse post confessional. Eu sei me virar bem, cozinhar, limpar a casa e outros babados. Mas a Ana Maria Leitão faz uma falta gigantesca no meu olhar compartilhado, no meu afeto renovado e nos nossos corpos abandonados na cama, no sono, no sonho. (A foto é de uma época do início do nosso namoro.).


Publicado por Rubens Jardim em 16/03/2019 às 19h44
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